quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bullyng brincadeira sem graça


Bullying vai muito além da brincadeira sem graça

Esse termo não tem um correspondente em português. Em inglês refere-se à atitude de um bully (valentão). Objeto de estudo pela primeira vez na Noruega, o bullying é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica contra alguém em desvantagem de poder, sem motivação aparente e que causa dor e humilhação a quem sofre. “É uma das formas de violência que mais cresce no mundo”, afirma Cléo Fante, pedagoga pioneira no estudo do tema no país e autora de Bullying Escolar (Artmed). Segundo ela, o bullying pode acontecer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho. “Identificamos casos de bullying em escolas das redes pública e privada, rurais e urbanas e até mesmo com crianças de 3 e 4 anos, ainda no Ensino Infantil”, comenta. Para o presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Buylling Escolar, José Augusto Pedra, o fenômeno é uma epidemia psico-social e pode ter conseqüencias graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. “Se observa também uma mudança de comportamento. As vítimas ficam isoladas, se tornam agressivas e reclamam de alguma dor física justamente na hora de ir para escola”, detalha José Pedra. Até as testemunhas sofrem ao conviver diariamente com o problema, mas tendem a omitir os fatos por medo ou insegurança. Geralmente, elas não denunciam e se acostumam com a prática – acabam encarando como natural dentro do ambiente escolar. “O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, no cyberbullying, por exemplo, ela ‘apenas’ repassa a informação. Mas isso o torna um co-autor”, completa Cléo Fante. O bullying, de fato, sempre existiu. O que ocorre é que, com a influência da televisão e da internet, os apelidos pejorativos foram tomando outras proporções. “O fato de ter conseqüências trágicas, como mortes e suicídios, e a falta de impunidade proporcionou a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema”, aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro “Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil”. Como identificar vítima e agressor
Depressão, baixo auto-estima, ansiedade, abandono dos estudos – essas são algumas das características mais usuais das vítimas. De certa forma, o bullying é uma prática de exclusão social cujos principais alvos costumam ser pessoas mais retraídas, inseguras. Essas características acabam fazendo com que elas não peçam ajuda e, em geral, elas se sentem desamparadas e encontram dificuldades de aceitação. “São presas fáceis, submissas e vulneráveis aos valentões da escola”, explica Cleo Fante, especialista no assunto. Além dos traços psicológicos, as vítimas desse tipo de agressão apresentam particularidades, como problemas com obesidade, estatura, deficiência física. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos. “Também pode acontecer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas”, exemplifica Guilherme Schelb. Os agressores são geralmente os líderes da turma, os mais populares – aqueles que gostam de colocar apelidos nos mais frágeis. Assim como a vítima, ele também precisa de ajuda psicológica. "No futuro, este adulto pode ter um comportamento de assediador moral no trabalho e, pior, utilizar da violência e adotar atitudes delinqüentes ou criminosas", detalha LélioCalhau. Como prevenir o problema na escola Para evitar o bullying, as escolas devem investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos. Para os professores, que têm um papel importante na prevenção, alguns conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar (Artmed). • Observe com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de aula, e perceba se há quedas bruscas individuais no rendimento escolar. • Incentive a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças através de conversas, trabalhos didáticos e até de campanhas de incentivo à paz e à tolerância. • Desenvolva, desde já, dentro de sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos. • Quando um estudante reclamar ou denunciar o bullying, procure imediatamente a direção da escola. • Muitas vezes, a instituição trata de forma inadequada os casos relatados. A responsabilidade é, sim, da escola, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos. Como a família pode ajudar
Os pais devem estar alertas para o problema – seja o filho vítima ou agressor pois ambos precisam de ajuda e apoio psicológico. Veja as dicas dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar (Artmed). • Mostre-se sempre aberto a ouvir e a conversar com seus filhos. • Fique atento às bruscas mudanças de comportamento. • É importante que as crianças e os jovens se sintam confiantes e seguros de que podem trazer esse tipo de denúncia para o ambiente doméstico e que não serão pressionados, julgados ou criticados. • Comente o que é o bullying e os oriente que esse tipo de situação não é normal. Ensine-os como identificar os casos e que devem procurar sua ajuda e dos professores nesse tipo de situação. • Se precisar de ajuda, entre imediatamente em contato com a direção da escola e procure profissionais ou instituições especializadas.

Um comentário:

  1. Certa vez ao mudar de cidade(há muito tempo já), ainda estava no 2° ou hoje ensino médio e os indivíduos da nova escola tentaram me isolar devido ao fato de meu colégio anterior ser de uma ordenação religiosa (era o famoso colégio de freiras em regime de semi-internato)no colégio anterior os garotos eram em números limitados por salas e as noviças praticavam todo tipo de coisas imagináveis e também não imagináveis com os de menor porte ou idade( de preferência os garotos), as horas de atividade física eram típicas da "Hora do Pesadelo" ocorriam coisas como afogamentos na piscina, treinamentos de "Boxe!?" e o mais preferido delas "Meu Mordomo" e "Meus Discípulos" onde você era transformado em mordomo de uma( geralmente as mais bonitas e sarcásticas das internas imagine um garoto de mais ou menos onze a treze anos perto de uma universitária na casa dos vinte...). Se o "mordomo" conseguisse superar seus concorrentes virava um discípulo da tal e se os superasse fisicamente ou em lutas ( nas horas de atividade física) os outros discípulos ele estava livre. Daí seu tratamento era diferente ele poderia até passear por áreas de estudo das universitárias e vc acabava até aprendendo coisas importantes para a vida.As noviças tinham especial desejo em enfatizar nos garotos gosto por algumas disciplinas como a extinta O.S.P.B.,História e Língua Portuguesa. Fato que transformava a vítima do Bullyng em uma vítima com visão crítica do sistema (entenda-se fim dos anos 80-90); quando cheguei na outra escola tive de utilizar -me de meios violentos com agressão física demasiada para poder firmar me dentro do novo ambiente, mas após esse evento os outros alunos passaram a me temer (devido a selvageria do dano em outros alunos) mas eu não foquei isso como um objetivo utilei somente quando nescessário, afinal é também uma desfesa do ser humano, o problema é que o bullyng de hoje não acrescenta nada a ningúem...

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